quinta-feira, novembro 23

Sexo - com amor - como fator preponderante no tratamento da patologia saudade

“A Verônica ta precisando é de pica!”

Pica tem na esquina, na loja de conveniências eróticas (nova denominação sutil para os famigerados sex shops). Mas ela não quer qualquer pica. Quer “aquela” pica super deluxe plus 3.0 special edition, que nem mesmo a Polishop vende, que vem num pacote com cheiro, pele, voz, abraço, beijo, paixão. Amor.

Já viu um casal que se ama reencontrar-se após um longo período de saudades, de seca? Coloque ao lado um casal que se vê todo dia. Dá até pena. Não raro observar alguns invejosos, mal-amados ou apenas bem-humorados expectadores atentos aos amassos dos pombinhos saudosos exclamarem frases do tipo “separa que é briga!”. E de certa forma, é uma briga.

Os corpos parecem travar uma infindável batalha contra leis da física, da impenetrabilidade, tentando a todo custo ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo. O encontro dos sexos é impreterível. O ato, iminente. Nessa hora não tem conta pra pagar, não tem guerra, não tem CPI, porra nenhuma. Só os dois. Que são um.

Se a vingança é um prato que se come frio, o prato da saudade está quente e transbordando. Verbo comer sem conotação alguma, por favor.

Chegam ao orgasmo. Ah, o orgasmo! Nem o teto escapa. O tesão armazenado é liberado, lambuzando cada centímetro quadrado do recinto. Literalmente, rios de prazer. Puta que pariu, como é bom gozar.

Depois ficam os dois ali, abraçados, tranqüilos só de saber que é o outro que tá do lado. Vide o sucesso da comunidade Dormir de conchinha, no orkut. A proteção no peito do outro após o sexo é um dos raros momentos na vida quando não se pensa em nada. Absolutamente nada.

Schopenhauers e Nietzsches da vida podem até vir com teorias pessimistas anti-altruísmo e dizer que você só busca relações desse tipo procurando satisfação própria. Mas só o fato de aquela pessoa ali ao lado – e ninguém mais - conseguir te fazer sentir assim já é suficiente para nutrir um puta sentimento por ela. Querê-la bem. Amá-la. E sentir saudades.

“E aí Fonseca, fodeu pra caralho no feriado?” “Fodi, não. Fiz amor.” “Iiiih, lá vem ele com essa estória de amor... Fodeu ouvindo Roberto Carlos também?”

Tudo bem. Amor só é brega pra quem não sente.


*Fabiano Battaglin é publicitário, e um defensor convicto da breguice do amor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oieeeee

Esse não tinha lido ainda!!!

Adoreii e tenho orgullho em dizer

SOU BREGA
Hehehehe

Bjinhusss
Carol