sábado, janeiro 23

Disneylândia II

Foi o Rubem Fonseca quem começou. Abusou de mitologia, inglês e francês para dizer que as putas pobres do Rio de Janeiro não estavam aptas a entender o wit de seus contratantes. Terminado o conto, fechei o livro e entrei na sala para ver o filme americano. Warren Beatty e Faye Dunaway empunhavam suas Smith-Wesson em sua jornada pelo sul dos EUA. Foram mortos por armas talvez da mesma marca. The End.

Saí do filme, li o short message service no meu Motorola e liguei para minha amiga atriz recifense que conheci em São Paulo e filmava seu programa em Buenos Aires, para um canal infantil americano. Combinamos um carioquíssimo chopp para mais tarde.

Resolvi ver o mar. Na ciclovia, pedalava Antonio Caloni, ator de sucesso, descendente de italianos. No calçadão, caminhava Iran, ex-BBB (programa criado na Holanda) de quase sucesso, descendente de africanos. Na areia, a porrada comia solta. Um bando de brancos, mamelucos, caboclos e mulatos fracassados. E olha que o Haiti não é aqui. No Rio, você não precisa assistir a Avatar e nem de óculos especiais para ver a vida em três dimensões.

Nos auto-falantes berrava uma banda nova-iorquina cujo baterista é brasileiro. Acelerei o carro da montadora japonesa para chegar logo em casa e escrever um texto sobre globalização. Mas lembrei que os Titãs já haviam feito isso em Disneylândia, do álbum Titanomaquia, mais de dez anos atrás.

Talvez, se eu tivesse um relógio suíço, não chegasse tão atrasado.

2 comentários:

Anônimo disse...

rá! é muita infâmia

Anônimo disse...

gostei do blog brother.. sempre bom falar em Rubem Fonseca.. eu desisti de fazer aquela sequencia q coloquei no facebook pq achei outro do Rubem - A grande arte.. to gostando ja.. o Mandrake é foda!~hahahahahhahaha abraço brou